terça-feira, outubro 31, 2006

Comunicação na Moda


Pessoal peço desculpas pela minha ausência, andei ocupada nos últimos dias, mas agora estou de volta.
Gostaria de agradecer os e-mails que tenho recebido e os comentários aqui postados. Cada dia que passa tenho mais certeza que o RP é um profissional de suma importância na indústria da Moda.


Ultimamente tenho recebido muitas mensagens de estudantes de Relações Públicas interessados neste segmento, por isso resolvi falar um pouco mais sobre a entrada do profissional de comunicação no mercado de moda.

O setor têxtil brasileiro tem uma participação histórica e decisiva no processo de desenvolvimento industrial do País, pois foi um dos primeiros setores industriais a ser implantado. A indústria têxtil sofreu com a crise de 1929 e também com o Plano Collor e a abertura comercial dos anos 90, inclusive muitas empresas chegaram a falir. Os empresários que restaram resolveram investir em maquinário e qualidade, pois a abertura comercial trouxe para o Brasil grande quantidade de tecidos de baixo custo e pouca qualidade.

Um dos responsáveis pelo crescimento dessa indústria no país foi o professor José Haydu, formado em engenharia têxtil na Itália, que há algum tempo trabalhava nas Indústrias Têxteis Votorantin, no Brasil. Ele percebeu aqui a carência de profissionais técnicos têxteis e engenheiros têxteis. Por isso, fundou e incentivou a criação de escolas voltadas a formação destes profissionais. Com a finalidade de divulgar o setor ele criou a revista Têxtil. Como não era jornalista sofreu muita perseguição do governo ´durante a ditadura militar, o que o incentivou a fazer um curso de jornalismo, entretanto a legislação vigente da época também não permitia editor-chefe estrangeiro, por isso durante um período o editor-chefe da revista passou a ser Carlos Escobar, amigo de Haydu.

A revista tinha periodicidade mensal e sobrevivia exclusivamente de anúncios, distribuída gratuitamente aos interessados, feita em tipografia e impressa em linotipos. Ela acompanhou, apoiou, divulgou, cobriu e principalmente promoveu o início das feiras têxteis no Brasil. O governo tentou de alguma maneira fortalecer este segmento com as chamadas Feiras Industriais do Parque da Água Branca, onde a indústria têxtil nem aparecia, mas foi um empresário que tinha o jacaré como símbolo, que colocou o setor têxtil definitivamente no rumo das feiras, Caio de Alcantara Machado. Gente, quem da área de eventos não conhece o Prêmio Caio “ O oscar dos eventos”?)

Aí (como eu disse antes), nos anos 1990, depois da abertura comercial, o Brasil assim como o eixo Paris-Milão, tbm passou a ter uma semana de moda. O início foi o São Paulo fashionweek, realizado em SP, que depois se espalhou para outros Estados do país.
Os desfiles podem ser considerados o marketing do mundinho fashion, tendo em vista que divulgam a marca e vendem o produto. Os profissionais de comunicação que trabalham neste evento são marqueteiros, assessores de imprensa e jornalistas das editorias de moda, agora os principais responsáveis pela organização do evento são os Produtores de Moda, que realizam um trabalho de RP, envolvendo todas as frentes.

Recapitulando, neste texto vimos que os profissionais de comunicação vieram para a área de Moda conforme o crescimento do setor. É comum encontrarmos jornalistas, marqueteiros e publicitários trabalhando para uma grande marca. Hoje, a maioria das empresas percebem a importância que o conceito da marca exerce sobre as vendas, além disso, as organizações estão se internacionalizando, abrindo novos mercados, elas precisam cada vez mais se comunicar com seus consumidores estrangeiros.
Atualmente o Brasil figura entre os principais exportadores de calças jeans e biquinis. Neste contexto, vejo uma grande oportunidade para desenvolvermos nas grandes marcas o conceito de COMUNICAÇÃO INTEGRADA, os Relações Públicas precisam entrar nesse mercado antes que outros profissionais de comunicação percebam essa oportunidade e resolvam realizar atividades de RP. Os RP já perderam muito mercado e não podem deixar isso continuar a acontecer.


Por isso a minha dica para os RP interessados na área de Moda é:
1 - Tente entrar na área cedo, durante a graduação procure estágios no setor têxtil e até mesmo com estilistas, hoje já há estilistas que contratam pessoas para cuidar de sua imagem pessoal e da marca. Olha nosso mercado aí...
2 - Fortaleça seu currículo - Faça cursos de comunicação na Moda, assessoria de imprensa, organização de eventos e marketing.
3 - Estabeleça contatos - Este é um mercado muito fechado, por isso ter contatos é fundamental.
4 - Trabalhe em pról da Ética - A Moda é um mercado altamente competitivo e a ética é um cartão de visitas para qualquer profissional.
5 - Seja Determinado, Paciente e Criativo - Utilize a determinação para buscar objetivos, paciência para concretizá-los e criatividade para diferenciar-se no mercado, pois conforme dito anteriormente esta área é altamente fechada e competitiva. Mas mesmo assim, VALE A PENA!!!

Boa sorte!!!

terça-feira, outubro 03, 2006

Case de sucesso -Reposicionamento de Marca

Segue abaixo um Case de Sucesso sobre Reposicionamento de Marca, uma atividade de Relações Públicas em apoio ao Marketing e a área de Recursos Humanos. Em um momento delicado e estratégico como este a integração entre as áreas é fundamental para a obtenção das metas.
O texto é grande, mas vale a pena ser lido!!!


A História
Fundada em 1947, a Riachuelo era formada por pequenas lojas de rua com até 200 metros quadrados, com vendas de tecidos a preços baixos. Em 1979, a rede de varejo foi comprada pelo Grupo Guararapes, iniciando uma reestruturação e mudança estratégica, com o objetivo de vender roupas prontas em vez de apenas tecidos.
O foco da Riachuelo foi modificado em 1993. A rede assumiu uma posição de varejo de moda, incorporando tendências nacionais e internacionais, mas de uma forma mais “democrática”: preservando os bons preços e melhorando constantemente a qualidade dos produtos. Esta nova estratégia, em sintonia com as principais lojas de varejo mundiais, envolveu a criação e o fortalecimento de marcas próprias da Riachuelo, cada uma com identidade visual própria e público-alvo específico. O resultado? De 1993 a 2003, o faturamento da empresa simplesmente triplicou.

Hoje, a Riachuelo conta com 79 lojas distribuídas pelo País e faz parte do time de grandes investidores de moda do Brasil. Atuou como patrocinadora oficial do maior evento de moda da América Latina, o São Paulo Fashion Week, além de ter organizado dois grandes concursos nacionais, como o Riachuelo Mega Modelo, para as aspirantes às passarelas, e o Prêmio Riachuelo de Novos Talentos, para incentivar novos estilistas.


O Reposicionamento
Reestruturações, reformas e inaugurações fazem parte do planejamento estratégico das organizações que buscam expansão. As Lojas Riachuelo pretendem chegar a 2007 com mais de 100 lojas. Para isso, a empresa destina 60% dos investimentos ao projeto de expansão. Os esforços querem atingir um consumidor que tem o desejo de conexão com o mundo da moda, mas que não dispõe de renda suficiente para ser um consumidor típico de moda.

As Lojas Riachuelo souberam identificar esse nicho e trabalham a todo vapor para encantar esse consumidor. Este direcionamento inspirou a criação não só de coleções de roupas e novas marcas, mas também de serviços financeiros sob medida para clientes, oferecidos pelo cartão private label, o cartão Riachuelo, grande responsável por viabilizar a missão.

Inovação e crescimento também são fatores imprescindíveis, especialmente quando se atua no competitivo segmento varejista. Determinada a fincar mais bandeiras no território brasileiro, as Lojas Riachuelo elegeram como absoluta prioridade o projeto de expansão física de suas unidades. Ou seja: além da abertura de novas lojas, é preciso ampliar as já existentes.

Algumas sementes já foram lançadas. A partir deste ano, os investimentos feitos em reformas cresceram. Direcionados à reestruturação completa das lojas, eles e chegam a totalizar 60% do que a empresa deverá aplicar neste ano. A previsão inicial era inaugurar seis lojas em 2006, mas as Lojas Riachuelo avançaram nessa expectativa e esperam fechar o ano com nove novas lojas. Para 2007, a expectativa é audaciosa: superar a meta de 100 lojas.

No planejamento de longo prazo da empresa, a idéia é duplicar o número de lojas. Com isso, duplicar a venda por metro quadrado e também o tamanho médio das lojas. Atualmente, as unidades contam com cinco grupos de departamentos, com tamanho padrão de 3.500 metros quadrados a 4 mil metros quadrados.

Os itens fundamentais utilizados pela empresa no reposicionamento de marca foram – versatilidade, estratégias e políticas de Recursos Humanos.

Versatilidade - As lojas estão tanto nos shoppings de maior poder aquisitivo como em ambientes extremamente populares. Essa versatilidade imprime maior facilidade a essa proposta de reposicionamento com a marca de acesso ao consumo para as classes consideradas menos favorecidas. De certa forma, a empresa conseguiu reinventar-se, apostando num terceiro nicho de consumidor, que começava a despontar no mundo polarizado entre moda e preço.

Estratégias - Várias metas fazem parte do planejamento estratégico da Riachuelo para este ano. Entre elas, a consolidação do share nas regiões Norte e Nordeste, o aumento da participação de mercado em São Paulo e Rio de Janeiro, a inauguração de seis lojas até o final de 2006 e a reforma de 20 lojas até o final deste ano. As metas de vendas incluem produtos e serviços financeiros também, além dos produtos do Grupo Guararapes nas Lojas Riachuelo. O foco está direcionado à inovação e ao lançamento de tendências e produtos, além de estreitar relacionamento com o cliente com o uso do cartão.

RH - Nas Lojas Riachuelo, o RH é estruturado em três pilares que consistem na valorização dos funcionários, formação e desenvolvimento profissional e oportunidades iguais no planejamento de carreira. São conduzidos projetos para o desenvolvimento de comunidades carentes e são adotados programas para inclusão de pessoas com deficiência no quadro de funcionários. A empresa acredita que deve estimular e promover o aprendizado contínuo dos colaboradores. Para isso, oferece oportunidades de aprimoramento pessoal e profissional por meio de cursos de atualização, reciclagem e introdução de novos conceitos, para atingir a manutenção dos níveis de excelência e inovação.


Fonte:
www.manager.com.br/reportagem

segunda-feira, outubro 02, 2006

RP em "O Diabo veste Prada"



O tão esperado filme O Diabo veste Prada tem sido bastante comentado nas editorias de moda, entretenimento e até mesmo gerenciamento de carreira. Achei a produção bem interessante, pois aborda a relação chefe X subordinado, objetivos profissionais, pessoais e, principalmente, a moda como um negócio que deve ser planejado, desenvolvido e executado com a finalidade de gerar tendências. Ah, mostra também o lado fútil, mas este prefiro não comentar...
Como Relações Públicas que sou, não posso deixar de citar a cena acima onde a assistente de Miranda faz as vezes de uma RP, ela informa nomes e cargos das pessoas que se aproximam da chefe, dando a impressão de que Miranda conhece todas as pessoas. Como todos sabem muitos Relações Públicas realizam trabalho de assessoria em grandes eventos, uma outra função bastante utilizada é o media training, que não apareceu no filme, mas nada mais é do que o treinamento de executivos antes de uma coletiva de imprensa (atividade bastante utilizada na moda).
Outra cena que também deve ser observada é quando Andy entrega o manuscrito do Harry Potter. Neste trecho ela informa que providenciou três cópias, onde duas já foram entregues e a terceira será arquivada, nesse momento ela novamente deu uma de RP antecipando-se ao fato e, evitando, uma pequena crise em seu ambiente profissional, isso sem contar que só conseguiu cumprir a missão quase impossível porque contou com a colaboração de um de seus contatos.
Bom, o filme é cheio de pequenas lições, sugiro que assistam com olhos de RP!!!